Foi neste comenos que o padre alcançou com a sua vista uma imponente casa num monte que ficava nos limites da vila. Dono de um grande espírito de abnegação, não hesitou e avançou na sua direcção. Era uma longa caminhada, e quando já tinha percorrido mais de metade do percurso começou a chover impiedosamente obrigando Maciel a correr ininterruptamente até alcançar o que mais lhe parecia uma enorme casa de campo.
Era um edifício um pouco açamoucado com um portão de entrada que felizmente estava aberto, caso contrário o bom padre teria que ficar à mercê do que mais se assemelhava a um dilúvio, e certamente que Maciel não tinha quaisquer intenções de se tornar no Noé do Novo Testamento.
Atravessou o rude portão de ferro, seguindo depois em direcção à porta de entrada, por um caminho empedrado onde de ambos os lados pontificavam bem cuidados canteiros das mais belas e variadas flores: gladíolos, orquídeas, cravos e até dois pezinhos de hortênsias. Chegado às pequenas escadas graníticas que permitiam o acesso à porta de entrada, bateu insistentemente na aldraba em bronze trabalhado, na tentativa de se fazer ouvir. Como tardavam em abrir a porta, deu uma volta ao edifício, primeiro pelo lado esquerdo através de um carreiro que circundava um variado pomar, cujas romãzeiras eram em maior número que o das restantes espécies arbóricas somadas.